O meu percurso começou naquele jardim onde as pessoas passeiam os seus animais, onde me cruzei de imediato com um gato preto. Nada me aconteceu, como seria de esperar. Continuei a minha caminhada até que senti algo estranho no pé. Tinha acabado de pisar... aaaaaaa.... tinha acabado de pisar chocolate. Pelo ar derretido e forte cheiro dava para perceber que estava fora de prazo. Mas sabem o que dizem, pisar chocolate é sinal de dinheiro fresco. E não é que encontrei mesmo? Foi numa obra uns quarteirões à frente do jardim. Quando me baixei para apanhar a nota de 5 euros oiço um RRRRRRRRRRRRRRR. As minhas cuecas azuis aos com elefantes amarelos e cor-de-rosa estampados passavam agora a ser do conhecimento público. Olho para trás e vejo um grupo de pessoas a rir e um escadote. Tinha acabado de passar por baixo de um escadote? Talvez explique aquela sombra estranha durante o caminho, mas não o consigo associar ao rasgão.. Foi apenas uma coincidência. Dirigi-me ao restaurante para comer com uns amigos. Éramos 13 no total. Dizem que dá azar estarem 13 pessoas sentadas à mesa. Antes pelo contrário. A Rita, uma amiga que o Ricardo trouxe com ele, não parava de me fazer olhinhos. Fui com ela para um hotel durante a tarde. Tarde essa que foi muito animada e se prolongou por toda a noite. De manhã, já ressacados, algo de estranho se passava com a voz da Rita. Estava mais grossa. Ela riu-se e afirmou que a única coisa masculina que a operação não lhe conseguiu tirar tinha sido a voz. Saí do hotel a correr sem lhe pedir o número de telemóvel. Cheguei a casa com um ar cansado. Olhei para o calendário e era 6ª feira 13. Continuo a não acreditar em superstições, mas achei por bem não fazer a barba, não cozinhar, sair à rua ou ir à casa de banho. Tive de romper a última regra quando me apercebi que tinha chocolate nas cuecas.Como podem ver pela minha experiência, superstições são apenas isso, superstições.
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