2012 foi ano de mais uma edição
dos Jogos Olímpicos de Verão, desta vez
fazendo história com o facto de Londres ser o primeiro local a realizar 3
edições dos Jogos da Era Moderna. Um longo caminho foi percorrido desde os Jogos
da Antiguidade e mesmo em relação aos tempos modernos, cada edição apresenta
novas inovações. Ora são os fatos, ora as maneiras de ludibriar os resultados,
muitas novidades surgem.
Podia falar das infra-estruturas
criadas e/ou aproveitadas, das polémicas, dos favoritos de sempre, das
surpresas, do fantástico feito de Phelps, dos escândalos, enfim, uma miríade se
assuntos. Também podia falar do típico “pff, não sei o que é que lá vamos
fazer, os portugueses nunca ganham nada porque são os uns calões!”. Pessoas que
vêem um Português partir na pista 8 nas provas de atletismo e gritam, quando
ainda estão nos blocos “olha, já está em último!”.
É verdade que as coisas não
correm muito bem para os nossos lados, mas isso deve-se à sinergia de uma
imensidão de factores que davam não uma crónica, mas sim, um livro com vários
tomos. Mas, se adaptarmos os Jogos Olímpicos à vida do quotidiano, facilmente
percebemos que afinal, até nem nos saímos nada mal? Como? Criando aquilo que
está na moda, uma equivalência. Segue uma lista com os vários desportos e o
nosso desempenho.
Ginástica: governar uma família inteira como ordenados miseráveis,
às vezes, com menos de 500€. É necessária muita flexão, precisão, flexibilidade.
Esticar muito. Gera notas artísticas elevadas devido à criatividade necessária
para gerir as coisas. É rítmica pelo jogo de cintura necessário.
Andebol: Mãos nas bolas. Tanta gente a coçar a micose, ou, como eu
gosto de dizer, “a coçá-li-os.”
Halterofilismo: lidar com toda a carga fiscal que temos não é para
todos.
Natação: meter água, por outras palavras. As inundações quando começam
as primeiras chuvas porque isto da prevenção e da limpeza das sarjetas só é
fixe quando já não há nada a fazer. A baixa de Sacavém, por exemplo, que o
diga. Os planos que correm sempre mal. Os mal-entendidos, as broncas. Os
escândalos.
Futebol: árbitros, prostituição, lavagem de dinheiro, corrupção,
bancarrota. Quê, 22 jogadores em campo? Desporto? Isso é o menos importante.
Atletismo: passar a vida a correr de um lado para o outro. Correr
para apanhar os transportes, correr porque se ficou preso no trânsito. Correr
para não se chegar atrasado, fazer refeições a correr. Para provas de
resistência, como a maratona, temos as longas e intermináveis filas dos
serviços, como da Loja do Cidadão, de uma qualquer repartição das Finanças,
Segurança Social, etc, etc... Ultrapassar barreiras. Passar o testemunho de forma segura.
Ciclismo: com o preço dos combustíveis a escalar, os pedais ganham
um novo atractivo.
Lutas: as lutas laborais, as lutas dos sindicatos, as greves. Os
Homens da Luta e um revivalismo pós-25 de Abril. Muitos “reaccionários”.
Remo: remar contra a maré. Se lá fora se aposta em formas de evitar
realizar pagamentos sem recurso a dinheiro vivo, nós por cá voltamos a usar os
trocos. E a eterna frase “desculpe posso ficar a dever-lhe um cêntimo?”. Ah,
comodidade.
Tiro: pegar no Correio da Manhã. Está tudo dito.
Vela: preço da electricidade e gás também a escalar. No outro dia
até jantei na Pizza Hut à luz das velas. Ou, numa outra perspectiva, a União Europeia
a ir de vela.
Portanto, nestes Jogos Olímpicos
Alternativos, até que nem nos saímos assim tão mal. Umas medalhas para cá, que
precisamos de encher os cofres do Estado com ouro.
E para terminar, uma sugestão de
visualização deste magnífico sketch. British
e tudo, como estes últimos Jogos Olímpicos. Like
a sir.
Eu acrescentava um dia à semana e metia-te a escrever nele também.
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